Mercosul suspende Paraguai e anuncia adesão da Venezuela
Paraguai fica de fora do bloco até eleições presidenciais de abril de 2013.
Venezuela entra como membro pleno do bloco comercial em 31 de julho.
O Mercosul decidiu suspender temporariamente o Paraguai até as novas eleições presidenciais do país, em 2013, e afirmou que a Venezuela será incorporada ao bloco como "membro de pleno direito" em 31 de julho.
Os anúncios foram feitos pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ao fechar o encontro de cúpula semestral do bloco na cidade argentina de Mendoza.
O Mercosul "suspendeu temporariamentoo Paraguai até que se leva a cabo o processo democrático que novamente instale a soberania popular" no país, disse a presidente argentina, ao lado da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e do presidente do Uruguai, José Mujica.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, discursa nesta sexta-feira (29) na Cúpula do Mercosul, em Mendoza (Foto: AP)
As medidas contra o Paraguai ocorrem em resposta ao processo de impeachment do presidente Fernando Lugo, ocorrido na semana passada e que foi repudiado pelos países sul-americanos.
O Mercosul confirmou o que havia sido adiantado na véspera pelo chanceler brasileiro, Antonio Patriota, suspendendo o Paraguai, mas sem aplicar sanções econômicas que pudessem castigar a população.
"De acordo com o estabelecido no protocolo, a plena vigência democrática é condição essencial para o processo de integração", diz a resolução da cúpula. "O espírito do protocolo é o restabelecimento da institucionalidade, sem que ele menoscabe o funcionamento do bloco."
Venezuela
A Venezuela será incorporada ao bloco em cerimônia que será realizada no Rio de Janeiro, em 31 de julho, disse Kirchner.
Ela argumentou que a decisão de incorporar a República Bolivariana da Venezuela, quinto maior exportador de petróleo do mundo, vai permitir que o bloco regional se fortaleça perante os embates da crise internacional.
O processo de ingresso da Venezuela havia se iniciado em 2006, após ser solicitado um ano antes, mas estava parado por conta da negativa do Congresso do Paraguai a ratificá-lo.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que a entrada do país no bloco era uma "derrota para o imperialismo e as burguesias".
Um diplomata da região disse à agência Reuters que com a Venezuela, o bloco incorporará uma economia de peso, fortemente demandante e importadora de todo tipo de bens, especialmente alimentos, e serviços, o que tornará sua economia mais conectada com as Brasil e Argentina.
Mais cedo, em Assunção, Federico Franco disse que, se a suspensão paraguaia se confirmasse, o país iria buscar novos parceiros comerciais. Franco também prometeu manter o cronograma eleitoral no país.
A presidente Dilma Rousseff disse que esperava que as eleições paraguaias sejam "democráticas, livres e justas."
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