Bancos públicos levam vantagem com redução agressiva de juros
BRASÍLIA - A política de redução agressiva dos juros vai dar uma vantagem ainda maior para os bancos públicos, que devem registrar neste ano mais que o dobro do crescimento no crédito em relação aos bancos privados. Nesta terça-feira, 26, o Banco Central aumentou a projeção de crescimento na carteira de crédito das instituições estatais de 19%, previsão feita em março, para 21% neste ano. E revisou para baixo a expansão nos bancos nacionais privados de 12% para 10%.
A mudança nas estimativas reflete os dados verificados até maio. Nestes cinco meses, o crédito cresceu 7,8% nos bancos públicos, que respondem hoje por 44,6% dos empréstimos concedidos para pessoas físicas e empresas no País. Devem fechar o ano com participação de quase 46%. As instituições privadas nacionais, por outro lado, cresceram apenas 3,1% no período.
O crédito dos bancos públicos avançou nos segmentos habitacional, consumo, serviços e empréstimos para o governo. O setor privado também tem crescimento liderado pela área de habitação, mas supera as instituições estatais, em termos porcentuais, apenas no financiamento para indústria.
O professor de finanças da Universidade de Brasília, Newton Marques, diz que os números mostram o resultado do esforço do governo em usar os bancos públicos para fazer uma política anticíclica.
Avalia, no entanto, que é preciso ficar atento à qualidade do crédito. Por enquanto, a inadimplência segue estável nesses bancos, ao contrário do que acontece nas instituições privadas, que registram alta nos atrasos.
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