UFRGS preenche apenas metade das vagas de cotas para negros
Especialistas explicam o fenômeno pela desinformação e pelo constrangimento dos candidatos
João Brum
Um relatório da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS) sobre as cotas revela que, entre 2008 e 2012, os
candidatos de escolas públicas e autodeclarados negros ocuparam, em média, 38,5%
das vagas reservadas a eles no vestibular.
Em 2012, a porcentagem saltou para 49,6%, reflexo da alteração no ponto de corte do concurso.
Esses primeiros dados estão sendo divulgados na edição de maio do Jornal da Universidade. No último processo seletivo, a instituição ofertou 5.290 vagas – 15% para estudantes do ensino público e 15% a negros de escolas públicas.
Pelas informações do documento, das quase 800 vagas reservadas, os negros conseguiram preencher menos da metade. Para o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares (SP), José Vicente, três fatores costumam explicar a sobra:
— Quando existe uma pressão grande na sociedade para desqualificar as cotas, isso constrange as pessoas, que preferem não procurar a ferramenta. Outro aspecto é o grau de informação disponibilizada ao grupo de interesse, que pode ser insuficiente. E talvez os cursos oferecidos não estejam atraindo os possíveis beneficiados.
No ano passado, a instituição definiu novas regras para entrar no listão, com o objetivo de facilitar o preenchimento total das vagas de cotistas negros. Antes, no momento de elaborar a pré-classificação, com base nos acertos das provas objetivas, não era levado em consideração o sistema de cotas.
Os estudantes com maior pontuação tinham sua redação corrigida e podiam concorrer às vagas. Agora, a universidade divide os candidatos já na pré-classificação conforme a reserva de cotas, o que aumenta as chances de aprovação dos cotistas negros.
O documento compara números do vestibular de 2007, o último sem a política de ações afirmativas, e os do concurso de 2012, mostrando aumento de 15,77% de classificados vindos de escolas públicas e de 8,18% de negros do ensino público.
Nos cursos de alta densidade (mais candidatos por vaga), a proporção de cotistas negros passou de 1,43%, em 2007, para 14,83%, em 2012 – nestas mesmas graduações, observou-se um índice mais baixo de desistência entre os cotistas do que nos cursos menos procurados.
O relatório avalia quantitativamente o ingresso e o desempenho acadêmico. Neste mês, será analisado pela Comissão de Avaliação da Política de Ações Afirmativas da UFRGS. A comissão concluirá em junho um relatório final, para que o Conselho Universitário decida sobre o futuro da política de cotas.
Em 2012, a porcentagem saltou para 49,6%, reflexo da alteração no ponto de corte do concurso.
Esses primeiros dados estão sendo divulgados na edição de maio do Jornal da Universidade. No último processo seletivo, a instituição ofertou 5.290 vagas – 15% para estudantes do ensino público e 15% a negros de escolas públicas.
Pelas informações do documento, das quase 800 vagas reservadas, os negros conseguiram preencher menos da metade. Para o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares (SP), José Vicente, três fatores costumam explicar a sobra:
— Quando existe uma pressão grande na sociedade para desqualificar as cotas, isso constrange as pessoas, que preferem não procurar a ferramenta. Outro aspecto é o grau de informação disponibilizada ao grupo de interesse, que pode ser insuficiente. E talvez os cursos oferecidos não estejam atraindo os possíveis beneficiados.
No ano passado, a instituição definiu novas regras para entrar no listão, com o objetivo de facilitar o preenchimento total das vagas de cotistas negros. Antes, no momento de elaborar a pré-classificação, com base nos acertos das provas objetivas, não era levado em consideração o sistema de cotas.
Os estudantes com maior pontuação tinham sua redação corrigida e podiam concorrer às vagas. Agora, a universidade divide os candidatos já na pré-classificação conforme a reserva de cotas, o que aumenta as chances de aprovação dos cotistas negros.
O documento compara números do vestibular de 2007, o último sem a política de ações afirmativas, e os do concurso de 2012, mostrando aumento de 15,77% de classificados vindos de escolas públicas e de 8,18% de negros do ensino público.
Nos cursos de alta densidade (mais candidatos por vaga), a proporção de cotistas negros passou de 1,43%, em 2007, para 14,83%, em 2012 – nestas mesmas graduações, observou-se um índice mais baixo de desistência entre os cotistas do que nos cursos menos procurados.
O relatório avalia quantitativamente o ingresso e o desempenho acadêmico. Neste mês, será analisado pela Comissão de Avaliação da Política de Ações Afirmativas da UFRGS. A comissão concluirá em junho um relatório final, para que o Conselho Universitário decida sobre o futuro da política de cotas.
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