10 pecados mortais para os empreendedores
Conheça os principais deslizes cometidos na hora de abrir um negócio e como se proteger
São Paulo – A empolgação de quem está prestes a abrir uma empresa é enorme. Muitas expectativas acabam afastando o empreendedor da realidade e dão espaço para erros que podem afetar o sucesso do negócio. “Empreendedorismo é a grande disciplina que dá a percepção de tudo que a empresa precisa para ser tocada”, diz o professor Edison Kalaf, da Business School São Paulo.
Mesmo sem formação acadêmica, é importante fazer um checklist de pontos cruciais na hora de começar uma empresa. Da escolha do ponto comercial à capacidade administrativa, o empreendedor precisa colocar os pés no chão para não cometer pecados mortais para as pequenas empresas.
1. Não ter capital
O primeiro problema apontado por especialistas é a falta de dinheiro.
Reinaldo Messias, consultor do Sebrae/SP, explica que é comum o empreendedor
investir tudo o que tem para fazer o negócio funcionar e esquecer que os
clientes não chegam tão rápido quanto ele gostaria. “Geralmente, leva tempo para
o dinheiro entrar. Ele gasta o dinheiro imobilizando e não deixa nenhuma reserva
para os problemas do negócio”, explica Messias.
2. Misturar despesas pessoais e empresariais
Outro problema que envolve dinheiro é o descontrole administrativo e
contábil, muito comum em negócios de pequeno porte. O principal motivo é
confundir o caixa da empresa com a própria carteira. “Tem empresas até médias em
que gastos pessoais entram nas despesas da empresa. Essas contas são pagas com o
lucro”, diz Kalaf. Esse problema geralmente leva o empreendedor a recorrer a
instituições financeiras para cobrir dívidas e os juros podem matar o
negócio.
3. Não ter capacidade administrativa
Os dois primeiro pecados estão relacionados a um problema ainda maior, que é
a falta de capacidade administrativa. “O empreendedor pode ser um bom técnico,
mas nunca viu um fluxo de caixa na vida. Ele não entende que o negócio dele tem
custos perenes e faturamentos pontuais”, explica Kalaf. O professor alerta ainda para a atenção que deve ser dada aos custos fixos. “O custo fixo vai ser executado independente da quantidade de produtos que vender. Trabalhando ou não, o custo fixo ocorrerá. Se ele for baixo, o empreendedor tem grandes chances de ser bem sucedido”, complementa.
4. Escolher mal o sócio
A escolha de um sócio é algo que parece simples em pequenas
empresas. Geralmente, um amigo ou familiar topa entrar na sociedade. Nem sempre,
no entanto, as coisas funcionam como se espera. “Escolher o sócio de forma
incorreta é comum. Ou escolhe só por capital e o negócio não responde ou escolhe
a pessoa pela habilidade e ela não entrega o que era esperado”, explica
Messias.
5. Errar no mix de produtos
Um erro fatal em pequenas empresas é o mix de produtos. “Geralmente, o
empreendedor escolhe com o próprio olho e não com o olho do cliente. Não foca em
pesquisa técnica ou de opinião. Acha que sabe o que cliente quer”, analisa
Messias. Acertar detalhes do ponto de venda, como características da região, do
perfil de público e de produtos, é outro fator que merece a dedicação do futuro
empresário.
6. Escolher um ponto ruim
A escolha do ponto para a instalação do negócio é crucial. Em
tempos de altos preços e grande demanda, este é um dos momentos mais importantes
da abertura. “A localização do teu imóvel é muitas vezes a razão do seu
sucesso”, define Messidas. Para Kalaf, avaliar a região pensando no tipo de negócio e na circulação de clientes é a chave para não errar. “Existem negócios, principalmente serviços, que dependem muito do ponto escolhido. Clínica, restaurante ou escola podem ser muito bem sucedidos em um lugar ou muito mal a duas quadras dali”, alerta.
7. Desconhecer o mercado
O pecado de instalar a empresa em um ponto comercial ruim está muito ligado
ao desconhecimento do mercado. “O fato de ser um bom técnico não o credencia
naturalmente a conhecer o mercado”, afirma Kalaf.
8. Apostar em modismos
Muitos empreendedores não têm uma ideia de negócio e acabam pegando um
modismo da época na esperança de faturar alto com a onda. “Ele acha que vai
arrebentar, mas a moda passa e ele fica na mão”, explica Kalaf. Para não cair na
tentação de seguir as tendências que podem não se confirmar, o melhor é que a
empresa tenha um planejamento de longo prazo, que garante um futuro mais sólido
para o negócio.
9. Operar na ilegalidade
“Um negócio ilegal não para em pé”, define o professor da Business School São
Paulo. Empreender sem seguir os trâmites legais e burocráticos não funciona.
"Para ter uma empresa sustentável, tem que garantir que o negócio é legal e que
ainda vai deixar uma margem para o empreendedor”, ensina Kalaf. A carga
tributária é alta, mas também obrigatória. Por isso, burlar a lei pode causar
problemas na justiça e acabar com o sonho do negócio próprio.
10. Não ser empreendedor
Nem todo mundo que pensa em abrir uma empresa realmente serve para isto. Ter
atitude empreendedora é requisito básico para não escorregar no começo do
negócio. “Tocar um negócio é bem diferente de executar a função específica do
negócio. Uma coisa é produzir e outra é conseguir clientes, administrar, ter
funcionários”, diz Kalaf. Para ele, não estar preparado para empreender é um
problema da sociedade. “Nós deveríamos preparar melhor os profissionais para o
empreendedorismo”, opina.
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