terça-feira, 15 de maio de 2012

Pesquisa diz que maioria dos gaúchos desconfia da polícia

Pesquisa diz que maioria dos gaúchos desconfia da polícia


Levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas em seis Estados mapeou o que pensa o brasileiro sobre diferentes instituições


A maioria dos gaúchos pouco confia nas forças policiais. É o que mostra uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizada com moradores do Interior e da Região Metropolitana. Conforme o levantamento, 53,9% das pessoas ouvidas no Estado consideram a polícia nada ou pouco confiáveis. A rejeição está diretamente relacionada à alta insatisfação de quem precisou de socorro.

O estudo da FGV ouviu 1.550 pessoas de seis Estados e mapeou o grau de confiança nas mais diversas instituições. O destaque ficou justamente com o alto índice de desconfiança nas forças policiais, que chegou a 61,1% em todo o país. No Rio Grande do Sul, 7,1% disseram que a polícia é nada confiável e 46,8% a classificaram como pouco confiável.

O pedido de anonimato de uma professora de 34 anos, moradora do bairro Restinga, na Capital, com medo de represálias, sinaliza a falta de confiança revelada pela estatística. Ela conta que teme pela integridade do filho, de 18 anos. Segundo a mulher, no bairro onde mora o simples fato de andar de boné pela rua já pode ser um motivo para ser abordado pela polícia — muitas vezes, ressalta, com violência.

Além disso, a professora diz que já precisou de ajuda policial, para resolver problemas envolvendo badernas próximo a sua casa, mas não teria obtido soluções.

De uma forma geral, o grau de confiança na atuação da polícia é baixa, mas se torna ainda mais evidente na população de baixa renda. Em todo o país, 77% das pessoas com renda inferior a dois salários mínimos não confia na polícia, enquanto o índice alcança 59% para a população com renda acima de 10 salários mínimos.

O sociólogo da UFRGS Juan Mariño avalia que a falta de confiança atinge as camadas sociais de forma diferente. Esse efeito, no entanto, é importante tanto para classes baixas como para classes altas.

— A classe média está permanentemente ameaçada com experiências de violência e vê pouca penalização desses criminosos. Já a classe baixa se encontra pressionada pela bandidagem e, frequentemente, pela própria polícia — analisa.

Para modificar essa realidade, diz, somente com processos de pacificação nas comunidades de forma efetiva e a longo prazo, que beneficiaria toda a sociedade. Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) informou que não comenta dados de pesquisa.

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