Após seis décadas de funcionamento ininterrupto, o tradicional cabaré parisiense Crazy Horse teve que cancelar suas apresentações na terça e na quarta-feira desta semana (dias 15 e 16) porque suas dançarinas entraram em greve, relata o jornal local Le Parisien.

As artistas vestiram a roupa alegando que o pagamento recebido é 'miserável', considerando a exposição que elas têm. Segundo o Parisien, elas trabalham cinco dias por semana e ganham 'menos de 2 mil euros por mês' - a menor remuneração de Paris para esse tipo de apresentação.

'Faz tempo que nós pedimos mais consideração para os nossos negócios. Nosso salário não dá conta de jeito nenhum da nossa carga de trabalho nem da nossa nudez', disse Suzanne Durand, representante do sindicato das dançarinas.

'A direção adora dizer que nós somos [...] objetos de desejo selecionados com rigor. Eu adoraria que os salários estivessem à altura dessa reputação', disse a dançarina Zonnie Rogenne, de 22 anos.

O cabaré afirmou que se preocupa 'muito seriamente com o bem-estar de suas artistas' e que está negociando uma solução com elas.

A casa informou que os clientes que já compraram ingressos poderão trocar para uma data futura ou pegar o dinheiro de volta. O Crazy Horse é um dos principais cabarés de Paris, ao lado do Lido e do Moulin Rouge.

Segundo uma reportagem da agência Reuters, esta foi a primeira vez que uma performance foi cancelada desde a fundação da casa, em 1951.