Mantega diz que Brasil vai crescer pelo menos 3% em 2012
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o PIB do País
vai crescer pelo menos 3% em 2012, menos do que o governo esperava no começo do
ano, mas que é errado concluir que a economia brasileira está empacada.
'As coisas estão melhorando', disse Mantega em uma entrevista
para o Wall Street Journal no seu escritório, em Brasília. 'A economia já está
mostrando sinais de recuperação. O crédito está crescendo e as taxas de juros
estão caindo', acrescentou. Segundo ele, o crescimento no segundo trimestre do
ano está mais rápido do que o observado nos primeiros três meses.
O ministro também questionou a percepção de que a economia
brasileira não deve voltar aos altos níveis de crescimento registrados em 2010
sem amplas reformas estruturais. 'Essa percepção é errada. É uma percepção feita
no momento, que olha apenas para resultados momentâneos e não leva em conta a
condição geral do Brasil'.
Ainda assim, a nova previsão de Mantega é a mais recente
revisão para baixo para a economia brasileira este ano, que tem sido pressionada
pela queda na produção industrial e uma desaceleração na demanda do consumidor,
além dos efeitos das crises no exterior. Em janeiro, Mantega havia previsto que
o PIB brasileiro cresceria 4,5% em 2012, após a expansão de 2,7% em 2011.
O ministro disse ainda que a recente desvalorização do real tem
sido 'boa' para o Brasil, mas acrescentou que as coisas 'sempre podem melhorar'.
O dólar subiu para R$ 2,00 nos últimos dias, de R$ 1,70 no fim de fevereiro.
Para ajudar a impulsionar o crescimento, o Banco Central cortou
a taxa básica de juros (Selic) para 9%, de 12,5% no fim de agosto do ano
passado. E o mercado acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve
cortar a Selic para a mínima recorde de 8,5% hoje. Mantega disse que o Brasil
está criando condições econômicas para ter uma taxa de juros menor, e que, num
cenário ideal, a Selic convergiria para as taxas aplicadas em outros mercados
emergentes.
O ministro também comentou que os bancos estatais brasileiros
estão emprestando mais, com taxas de juros menores, em um esforço para
impulsionar o crescimento. Mantega e a presidente Dilma Rousseff têm criticado
fortemente as taxas de juros cobradas pelos bancos privados do País. Os bancos
controlados pelo governo, principalmente o Banco do Brasil e a Caixa Econômica
Federal, foram os primeiros a reduzir os juros, o que, segundo o governo, vai
pressionar os setor privado a fazer o mesmo. As informações são da Dow
Jones.
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