Fiscais acham lençóis descartados pelos EUA em hotel de Timbaúba, PE
Fiscais encontraram os itens em varais e também forrados nas camas.
Lençóis também foram achados à venda em lojas da cidade.
Fiscais da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) encontraram lençóis descartados por hospitais americanos sendo usados em hotéis e pousadas de Timbaúba, Mata Norte do Estado. O município fica a 158 Km de Santa Cruz do Capibaribe, onde uma empresa estaria importando o lixo hospitalar dos Estados Unidos. A descoberta foi na última segunda-feira (17).
No hotel Stylus, alguns lençóis estavam estendidos no varal. Dentro, as camas dos quartos estavam forradas com lençóis iguais. Neles, lê-se a inscrição “serviços de saúde”, em inglês
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Apesar disso, o dono do hotel, Marcondes Mendes, disse que em nenhum momento suspeitou que os lençóis fossem de hospitais. “Usamos esses lençóis há quase dois anos. Eu comprava no comércio aqui, em Timbaúba mesmo. Olhava o tamanho do lençol, comprava, tudo novo, lavava e começava a usar. Eles tinham os preços mais em conta. A diferença é de R$ 3 para o [lençol] normal. Nunca estranhei a inscrição, não tinha noção nenhuma do que poderia ser. Eu acredito que muita gente aqui compre, porque vende à vontade na porta do armazém. Comprei inocente, como qualquer outro que estava comprando. Só comprei porque o preço era mais em conta, e o material bom”, contou.
Agentes da Apevisa também encontraram alguns tecidos com nomes de hospitais americanos, bem parecidos aos encontrados em contêineres no Porto de Suape, no dia 11 de outubro, à venda em lojas da cidade. Em um dos armarinhos mais populares do local, os itens estavam em promoção. Informadas da procedência das peças, todas as clientes disseram que, se soubessem que os lençóis foram descartados por hospitais, não comprariam.
A dona da loja não estava na cidade. Por telefone, ela falou à reportagem da Globo Nordeste que os lençóis foram comprados como retalho a comerciantes de Santa Cruz de Capibaribe. Ela informou também que não tinha ideia de que o tecido não podia ser comercializado no Brasil.
Caruaru
Também na segunda-feira, a Apevisa apreendeu 15 toneladas desse material numa empresa de Caruaru, no Agreste do Estado. Agentes da Vigilância Sanitária foram acompanhados pela Polícia Civil, que tinha um mandado de busca e apreensão.
Foi preciso arrombar o portão para entrar na loja. Eles encontraram tecidos com marcas que parecem ser de sangue, jalecos e materiais de uso hospitalar. Este foi o terceiro estabelecimento da mesma empresa vistoriado pela Vigilância Sanitária desde a semana passada, quando a irregularidade foi descoberta, no Porto de Suape. As outras 30 toneladas foram encontradas, no último dia 15 de outubro, em depósitos em Santa Cruz do Capibaribe e Toritama.
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