O líder se foi: quem assume o barco?
A ausência de substitutos à altura é um problema real de muitos empreendimentos diante da necessidade de se fazer uma transição
Não são raros os exemplos que temos de empresas, principalmente as familiares, estabelecidas ao longo de décadas como grandes sucessos e que de uma hora para a outra desmoronam, quando aquele velho líder de sempre tem de deixar o posto. A ausência de substitutos à altura é um problema real de muitos empreendimentos diante da necessidade de se fazer uma transição. Mas isso não é o fim do mundo. Fazer um sucessor (ou sucessores) não é tão complicado quanto se parece, desde que isso seja um trabalho contínuo e iniciado bem antes da hora H. Caso contrário, sim, pode se preocupar.
Se a empresa não estiver preparada para as mudanças na direção, as consequências podem ser desastrosas. "É fundamental montar uma estratégia para que a sucessão tenha êxito, especialmente quando a companhia é familiar. Os conflitos entre membros da família podem até derrubar a companhia", ressalta Eberson Luiz Federezzi, consultor de carreira e diretor da empresa de recursos humanos Gnetwork.
O líder que está deixando seu cargo – não importa o motivo – deve ter em mente que é preciso preparar alguém para substituí-lo e dar continuidade ao trabalho. É importante lembrar que o sucessor não pode ser qualquer um. "O profissional escolhido deve ter as competências e qualidades necessárias para exercer o cargo. O ideal é optar por algum colaborador que, além de atender ao perfil do cargo, já tenha algum tempo de casa. Conhecer a cultura organizacional facilita a adaptação às novas responsabilidades", afirma.
O sucessor deve ser treinado e conduzido para que possa dar o melhor de si. O líder tem que colocar o profissional dentro do contexto da empresa, mostrar que tem confiança nele para prosseguir com os projetos já em andamento e dar início a novas ideias. "Ninguém é insubstituível ou existirá para sempre. Por isso é imprescindível ter alguém pronto para exercer a função no momento da sucessão. Quem vai deixar o cargo deve planejar a sua saída. Afinal, treinar e deixar um novo líder preparado demanda algum tempo", destaca.
Para a transição ser tranquila – tanto para o sucessor quanto para os colaboradores que terão um novo líder – é recomendado que as mudanças ocorram progressivamente. Informar todas as pessoas que fazem parte da empresa sobre a sucessão também é de extrema importância. "Será um período de adaptação coletiva, que pode ser ou não traumático, tudo depende da maneira como o processo é conduzido. Para evitar conflitos, as responsabilidades podem ser passadas de forma gradual para o sucessor, até que o procedimento seja finalizado", observa.
Um bom líder não pode esquecer-se de transmitir os principais valores da organização para o sucessor e ajudá-lo a compreender a seriedade do seu trabalho. "Ética, compromisso, equidade e honestidade são princípios básicos e mesmo que o profissional já esteja habituado a este clima organizacional é importante ressaltá-los. Com um preparo adequado, o profissional irá atuar conforme as orientações dadas e não existirão maiores problemas com as mudanças na direção da companhia. Se houverem dificuldades é possível contratar um consultor que poderá ajudar na transição", aponta.
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