Percebi minha incapacidade, diz Kan ao renunciar como premiê do Japão
TÓQUIO – O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse nesta sexta-feira que o fato de seu governo não ter conseguido evitar a crise na usina nuclear de Fukushima o fez entender que suas ações como premiê não estavam sendo suficientes. Kan anunciou hoje, conforme esperado, sua renúncia ao cargo, após o Parlamento votar projetos de reconstrução do país.
Kan também pediu ao próximo governo que trabalhe para melhorar o programa de seguridade social do país e para conseguir equilíbrio fiscal porque “não podemos deixar o encargo financeiro para as próximas gerações”.
Kan, que ficou 14 meses no cargo, disse ainda que o próximo primeiro-ministro deveria permanecer pelo menos quatro anos e que deve conservar relações próximas com os EUA, “porque isso é impotante para manter o mundo seguro”.
Desde que Junichiro Koizumi deixou o posto em 2006, quatro outros primeiros-ministros já governaram o Japão. A renúncia de Kan tanto ao cargo de premiê quanto à liderança do Partido Democrático põe fim a um governo marcado por uma série de medidas impopulares e pela queda forte de popularidade após ter atuado mal em uma disputa diplomática com a China relacionada a questões territoriais em setembro do ano passado.
Não faltaram também queixas quanto ao modo como Kan enfrentou o terremoto de 11 de março e o tsunami e a crise nuclear que se seguiram. A oposição, crescentemente hostil, também tirou-lhe popularidade e o deixou numa situação política difícil, a ponto de até seus colegas de partido pedirem sua renúncia.
De 66% de popularidade que tinha logo que tomou posse, Kan deixa o cargo com apenas 15% de aprovação. “Fiz o que pude e o fiz sob circunstâncias difíceis”, disse ele aos congressistas do partido ao anunciar sua saída.
(Marcílio Souza | Valor, com Dow Jones Newswires)
* Para nós não é normal vermos um representante do povo assumindo a sua falta de capacidade e pedir demissão de seu cargo, o nosso comum é demissão por corrupção e pedido de demissão para evitar cassações e na próxima eleição voltar com o voto do povo.
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