Cientista brasileira conquista prêmio internacional For Women in Science
Fruto da parceria entre L'Oréal e UNESCO, a iniciativa já premiou 77 cientistas desde 1998
A física brasileira Marcia Barbosa conquistou o For Women In Science, prêmio criado em 1998 pela UNESCO em parceria com a L´Oréal e dedicado a mulheres cientistas em todo o mundo. A brasileira foi a vencedora da América Latina e receberá como prêmio o valor de U$ 100 mil. A cada ano, cinco cientistas, uma por continente, são reconhecidas por suas contribuições ao progresso da ciência e pela excelência de suas pesquisas.
Em 28 de março de 2013, em Paris, serão homenageadas cientistas do Brasil (América Latina), Nigéria (África), Japão (Oceania), Reino Unido (Europa) e Estados Unidos (América do Norte). Elas foram indicadas e escolhidas entre pesquisadoras de 30 países pelo júri presidido pelo vencedor do Prêmio Nobel de Química (1999), Ahmed Zewail, e Linus Pauling, professor catedrático de Química e Física do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
"Essas cinco cientistas proporcionaram ao mundo uma melhor compreensão de como a natureza funciona. Suas pesquisas e descobertas pioneiras mudaram a forma como pensamos sobre as várias áreas das ciências físicas e abriram novas fronteiras dentro da ciência e da tecnologia. Seus estudos têm o potencial de transformar a sociedade. Que o trabalho e a dedicação delas sirva de inspiração para todos nós", disse a Diretora-Geral da UNESCO Irina Bokova no anúncio das cientistas laureadas este ano.
Já o presidente da L'Oréal e da Fundação L'Oréal, Jean-Paul Agon, afirmou estar muito orgulhoso de estar contribuindo para mudar o perfil dos cientistas, apoiando as mulheres nas Ciências. "A L'Oréal acredita nas mulheres e na ciência. Temos certeza de que a ciência e as mulheres trazem esperança e alimentam a descoberta, a inovação e a excelência. Todos os grandes talentos são convocados para cumprir essa missão," explicou ele.
Márcia Barbosa é professora e diretora do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Sua pesquisa possibilitou a descoberta de uma particularidade da molécula da água: a anomalia de difusão. As partículas da água, em temperaturas negativas e ao aumentar a pressão surpreendem, fluindo mais rapidamente. Essa descoberta pode contribuir para o esclarecimento da estrutura das proteínas dentro do corpo humano e prevenir doenças, além de ajudar a entender a importância da água presente na crosta terrestre e os efeitos externos que modificam o comportamento dessa água, podendo provocar abalos no terreno.
Além de Márcia Barbosa, For Women in Science já reconheceu o trabalho de outras quatro brasileiras: Mayana Zatz, geneticista da USP (2001); Lucia Previato, biomédica da UFRJ (2004); Belita Koiller, física da UFRJ (2005); e a astrofísica Beatriz Barbuy, da USP (2009). Entre as 77 vencedoras do prêmio nesses 15 anos de existência, duas conquistaram em 2009 o Prêmio Nobel: Ada Yonath (Química) e Elizabeth Blackburn (Medicina).
Para Mulheres na Ciência
Além do reconhecimento às grandes cientistas mundiais, o programa, em desdobramentos nacionais, incentiva jovens cientistas. Mil e trezentas jovens pesquisadoras de 106 países já foram premiadas desde 1998. A versão brasileira do programa nasceu em 2006, com o nome Para Mulheres na Ciência, e já premiou 47 jovens cientistas com mais de R$1,5 milhão.
Laureadas Internacionais 2013:
• Professora Márcia BARBOSA, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (Brasil)
• Professora Francisca Nneka OKEKE, Universidade da Nigéria, Nsukka (Nigéria)
Por suas significativas contribuições para a compreensão das variações diárias das correntes de íons na atmosfera superior que poderão aprofundar a compreensão sobre mudanças climáticas.
Por suas significativas contribuições para a compreensão das variações diárias das correntes de íons na atmosfera superior que poderão aprofundar a compreensão sobre mudanças climáticas.
• Professora Pratibha GAI, da Universidade de York (Reino Unido)
Por ter engenhosamente modificado o seu microscópio de elétrons, para a conseguir observar as reações químicas que ocorrem em átomos da superfície de catalisadores, o que vai ajudar os cientistas a desenvolver novos medicamentos e novas fontes de energia.
Por ter engenhosamente modificado o seu microscópio de elétrons, para a conseguir observar as reações químicas que ocorrem em átomos da superfície de catalisadores, o que vai ajudar os cientistas a desenvolver novos medicamentos e novas fontes de energia.
• Professora Reiko KURODA, Universidade de Ciências de Tóquio (Japão)
Por descobrir a importância funcional da diferença entre moléculas canhotas e moléculas destras, que têm amplas aplicações para a pesquisa de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
• Professora Deborah JIN, do Instituto Nacional de Normas e Tecnologia, e da Universidade do Colorado, em Boulder (EUA)
Por ter sido a primeira a resfriar moléculas ao ponto de possibilitar a observação de reações químicas em câmera lenta, o que contribuirá para a melhor compreensão dos processos moleculares que são importantes para a Medicina e para novas fontes de energia.
Por descobrir a importância funcional da diferença entre moléculas canhotas e moléculas destras, que têm amplas aplicações para a pesquisa de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
• Professora Deborah JIN, do Instituto Nacional de Normas e Tecnologia, e da Universidade do Colorado, em Boulder (EUA)
Por ter sido a primeira a resfriar moléculas ao ponto de possibilitar a observação de reações químicas em câmera lenta, o que contribuirá para a melhor compreensão dos processos moleculares que são importantes para a Medicina e para novas fontes de energia.
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