Petrobras quer novo reajuste na gasolina e no diesel para reduzir perdas com importação
Para a presidente da companhia, Graça Foster, últimos reajustes não foram suficientes para garantir paridade entre os preços externo e interno
A presidente da Petrobras, Graça Foster, defendeu nesta segunda-feira um novo reajuste no preço da gasolina e do diesel no mercado interno. Como a estatal compra combustível com preço mais alto do que o de revenda, a defasagem de preços é um dos fatores responsáveis pelo prejuízo de R$ 1,3 bilhão da companhia no segundo trimestre deste ano.
Graça Foster assegurou que tem falado do problema com o conselho de administração da empresa. Formado por integrantes do governo federal, como os ministros de Minas e Energia e do Planejamento, o órgão recentemente autorizou aumentos de 8% da gasolina e de 4% do diesel. Esses reajustes devem puxar para cima os próximos balanços. Os ajustes, no entanto, não foram suficientes para garantir a paridade entre os preços externo e interno.
— Conversamos sobre o reajustamento de preços, sim, na busca de 100% da paridade — afirmou à Graça Foster à imprensa, após a apresentação dos resultados. — Tenho que acreditar sempre que haverá reajustes e demonstrar com fatos e dados que, periodicamente - não instantaneamente, porque a política é de médio e longo prazo.
A presidente da Petrobras também explicou que o resultado negativo da companhia — o primeiro nos últimos dez anos — reflete principalmente a depreciação do real em relação ao dólar e diz que o ideal para a companhia seria que a moeda estrangeira oscilasse entre R$ 1,95 e R$ 2. Como não há "bola de cristal para acertar nas previsões", declara que está "alerta às flutuações".
— O prejuízo não vem só por conta da defasagem de preços. Tivemos uma valorização bastante expressiva do câmbio e esse resultado não foi surpresa para nós — afirmou, ao citar também o registro de poços secos, além da perda de valor do estoque de petróleo e derivados fora do país. — Tudo isso é que provoca o resultado ruim de R$1,3 bilhão de perdas.
Para reverter o prejuízo, a estatal informou ainda que pretende diminuir a dependência do mercado externo, do qual comprou US$ 6 bilhões de diesel e gasolina no primeiro semestre. Prevê ainda aumento do processamento nas refinarias, a entrada em operação da unidade Abreu e Lima (PE), de plantas de beneficiamento de diesel, e também aposta no aumento da adição do etanol à gasolina - o que permitiria importar menos deste combustível.
Graça Foster também afirma ainda que, independente da autorização para aumento de preço dos combustíveis e do câmbio, é possível aumentar a eficiência da empresa e reduzir custos.
— Ainda não chegamos ao limite de processamento (de combustível) — acrescentou o diretor de Abastecimento, José Carlos Consenza, que crê na reversão do prejuízo em breve.
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