Caixa segue BB, corta juros e promete mais
Derrubada nos juros faz parte da ofensiva do governo para forçar a queda dos spreads bancários
Corte da Caixa segue o que fez o Banco do Brasil na semana passada
São Paulo - A Caixa Econômica Federal anunciou cortes de juros em várias linhas de crédito nesta segunda-feira, seguindo o que fizera o Banco do Brasil na semana passada, estendendo a ofensiva do governo para forçar a queda dos spreads bancários.
O pacote, que inclui financiamento mais barato para pessoas físicas e empresas, levou a Caixa a reservar um orçamento de 300 bilhões de reais para novos empréstimos este ano, montante 24 por cento maior do que o de 2011.
Com taxas até 88 por cento menores (caso da linha de cartão de crédito para clientes que recebem salário no banco, cujo juro mensal caiu para 2,85 por cento), a instituição prevê crescer pelo menos o dobro do sistema financeiro, elevando sua fatia de mercado de 12,8 por cento para 15 por cento até dezembro.
Foram anunciadas reduções agressivas em outras linhas para financiamento ao consumo (cheque especial, CDC, crédito para compra de automóveis). O juro do cheque especial foi cortado em até 67 por cento, enquanto as linhas de crédito rotativo de cartão de crédito foram cortadas em 40 por cento, e nos financiamentos consignados houve diminuição de 34 por cento.
Para empresas de pequeno e médio portes, a linha de capital de giro caiu de 2,72 por cento para 0,94 por cento ao mês, e poderá cair para 0,90 por cento mensais até junho.
"Estamos enxergando um novo momento no cenário bancário brasileiro e estamos saindo na frente", disse o presidente da Caixa, Jorge Hereda, a jornalistas, ao anunciar os cortes, em meio a repetidas declarações de que a medida não foi reflexo de ingerência política.
"Essa decisão foi pensada; não é uma canetada como alguns acham", disse Hereda. "É um movimento calculado; não vamos fazer o banco operar no prejuízo".
Na semana passada, o BB também promovera cortes agudos de juros em linhas equivalentes. As ações do setor caíram forte na Bovespa, em meio ao temor de investidores de que as medidas promovam perdas significativas nas margens de todos os bancos, já que os cortes poderiam provocar uma concorrência nociva por clientes.
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