Brasil está preparado para nova fase da crise, diz Mantega
Em audiência pública conjunta de diversas comissões da Câmara, o ministro da Fazenda disse que o país manterá a inflação sob controle e as contas públicas em ordem
Brasília - As recentes turbulências internacionais não devem gerar falta de liquidez nos mercados, mas de qualquer forma o Brasil está preparado para enfrentar esse "novo capítulo da crise" internacional, disse nesta quarta-feira o ministro da Fazenda.
Em audiência pública conjunta de diversas comissões da Câmara dos Deputados, o ministro Guido Mantega disse que o país irá manter a inflação sob controle e as contas públicas em ordem. Mantega falou por cinco horas, e foi alvo de duras críticas de parlamentares da oposição.
Para ele, essa nova situação na maior economia do mundo causa incerteza e volatilidade, mas o Brasil está bem posicionado, entre outros motivos, pelo mercado interno forte e reservas internacionais elevadas.
"Essa situação causa turbulência, que continua, mas deverá diminuir em algum momento e vai se acomodar em outra posição. Isso não significa que vai haver diminuição da liquidez internacional", afirmou Mantega.
Na semana passada, o Federal Reserve, banco central norte-americano, deu sinais de que pode reduzir seu programa de compra de ativos ainda este ano diante de indicadores de melhora da atividade econômica, causando fortes reações nos mercados financeiros com a possibilidade de que haja menos dólares circulando.
Mantega reconheceu que essas sinalizações criaram grande fluxo de capitais para os Estados Unidos, afetando o câmbio e causando desvalorização principalmente das moedas de emergentes. No Brasil, o dólar chegou a 2,25 reais.
Para enfrentar essa instabilidade, o ministro disse que o Brasil controla a inflação que, neste ano, terminará dentro da meta de 4,5 % pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais. Em maio, o indicador estava exatamente no teto do alvo em 12 meses.
"A inflação estará sob controle neste ano, no próximo e enquanto estivermos no governo", afirmou o ministro, acrescentando que uma eventual mudança na política do Fed não atrapalhará a recuperação econômica no Brasil.
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