domingo, 10 de março de 2013

Google cedeu dados de 2 mil usuários para o FBI em 2012

Google cedeu dados de 2 mil usuários para o FBI em 2012

Relatório de transparência da companhia mostra que o total de solicitações chegou a 8,4 mil no período

 

O lado sombrio do cloud computing: você nunca sabe realmente o que é feito com os seus dados. O Google divulgou nesta semana o seu relatório de transparência, e revelou algumas informações incômodas para quem usa os seus serviços - desde o Android até o Drive. Em 2012, agências de investigação, incluindo o FBI, fizeram cerca de mil solicitações de dados dos usuários. Informações de duas mil contas foram repassadas no período.
Claro que não se trata apenas de conivência do Google ou falta de consideração. O mesmo procedimento é adotado em casos de investigações financeiras, por exemplo: o governo emite uma Carta de Segurança Nacional (espécie de mandado) e as informações têm de ser repassadas - caso contrário, configura-se crime de obstrução da Justiça.

É a primeira vez que o Google inclui esses dados em um relatório oficial, já que normalmente uma Carta de Segurança Nacional proíbe que as empresas publiquem esse tipo de informação. "O FBI tem autoridade para proibir companhias de falar sobre essas solicitações. Mas nós estamos tentando encontrar um jeito de divulgar mais informações", declarou Richard Salgado, diretor Jurídico do Google, em uma postagem no blog oficial. Os números exatos não foram divulgados, justamente para evitar atritos com o FBI.

De acordo com uma análise do site CRN, a demanda dos governos por dados armazenados na nuvem é um fator que atrapalha a adoção da tecnologia entre os usuários. "Provedores de serviços de segurança gerenciados e revendedores de tecnologias para criptografar os dados têm pressionado as empresas para trancafiarem os dados armazenados na nuvem. Manter as chaves criptográficas armazenadas localmente forçaria os investigadores a procurar a informação para solicitar a senha às empresas, e não para o provedor do serviço em nuvem".

O Google divulgou que aderiu, entre julho e dezembro, 5,7 mil intimações para informações de usuários individuais, cerca de 1,9 mil mandados de busca e 758 ordens judiciais baseadas nos termos do Ato de Privacidade das Comunicações Eletrônicas - somando 8,4 mil. Veja aqui os gráficos com as informações.

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