sábado, 17 de novembro de 2012

Consumidor prefere o cartão de crédito para construir ou reformar

Consumidor prefere o cartão de crédito para construir ou reformar, aponta SPC Brasil

Especialista lista cuidados para fugir do temido crédito rotativo; burocratização e excesso de exigências faz o consumidor evitar linhas de crédito bancárias

Por Redação , Administradores.com
 
Uma pesquisa encomendada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) revelou que a maioria dos brasileiros opta por dividir os gastos no cartão de crédito na hora de construir ou reformar.

O estudo mostra que 46% dos consumidores utilizam esta forma de pagamento para comprar materiais de construção. Quando o foco da pesquisa é o segmento de móveis, o número sobe para 56%. Por se tratar de produtos de médio a alto custo, os especialistas alertam para que os consumidores se planejem bem para não cair nas armadilhas do crédito rotativo, responsáveis por cobrar as taxas de juros mais altas praticadas no mercado.

Para a economista Ana Paula Bastos, não há problema algum utilizar o cartão para parcelar gastos com reformas, em detrimento de outras formas de financiamento como linhas de crédito específicas para reparos e ampliações da casa. Ela explica que caso o consumidor pague rigorosamente a quantia integral da fatura na data de vencimento, não há praticamente cobrança de encargos financeiros pelo valor financiado, com exceção da anuidade do cartão.
 
 Imagem: SPC Brasil


"O que já não ocorre com as linhas bancárias para reforma e construção, que sempre cobram uma taxa de juros sobre o empréstimo. A burocratização e o excesso de garantias exigidas pelos bancos também contribuem para repelir o consumidor", explica a economista.

Na avaliação do SPC, no caso dos cartões, a zona de degola se aproxima, quando o consumidor decide pagar o valor mínimo da fatura. E avaliar o custo dos encargos financeiros e o quanto se paga efetivamente pelo produto é um fator mais que primordial fazer compras a prazo. O estudo revela que 85% dos consumidores declaram ser vantajoso fazer compras parceladas sem juros, no entanto, nove em cada dez brasileiros não sabe o que é custo efetivo total, ou seja, a soma de todos os encargos cobrados em um financiamento. "O consumidor brasileiro, de modo geral, analisa somente se a prestação assumida cabe dentro do próprio orçamento. Isso é extremamente perigoso, porque muitas vezes o consumidor poderia escolher outra forma melhor de pagamento, poupar e aplicar aquele dinheiro que seria gasto com juros abusivos", explica a economista Ana Paula Bastos.

É fato que o consumo de móveis e materiais de construção expandiu nos últimos meses, sobretudo após o Governo Federal decretar a redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para estes dois segmentos, em março deste ano. Mas apesar deste incentivo, alerta o SPC Brasil, a postergação dos pagamentos só é viável se o fluxo de caixa das famílias compradoras estiver bem calibrado em relação a todos os compromissos mensais existentes, principalmente aqueles absolutamente necessários como alimentos, educação, saúde e manutenção do lar. "Para não perder o controle financeiro e estourar as contas, aconselha-se que as famílias não comprometam mais do que 30% do orçamento com prestações", orienta Ana Paula Bastos.

O Brasil vivencia um cenário econômico de nítido estímulo ao consumo por meio da expansão da oferta de crédito, da redução das taxas de juros e dos altos níveis de emprego. O uso consciente do crédito é especialmente importante para famílias de menor poder aquisitivo, pelo fato de poderem ter acesso a bens e serviços que não teriam caso tivessem que fazer pagamentos à vista. Mas por outro lado, é importante que a ânsia de adquirir seja dosada com a educação a respeito de como pensar o futuro e cumprir os compromissos assumidos. 

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