Itau Unibanco quer reduzir em R$ 10 bilhões o crédito para veículos
Depois de atingir uma carteira de R$ 60 bilhões no final do ano passado, com pouca seletividade, segmento se tornou a pedra no sapato do banco dada sua alta inadimplência
Em seis meses, o Itau Unibanco reduziu em quase 6% o tamanho de sua carteira de crédito de veículos, que se tornou a pedra no sapato do banco após o impacto da alta inadimplência do segmento em seus resultados nos últimos meses. Agora, a instituição corre para reverter um prejuízo resultante de muitos períodos seguidos de concessão de crédito sem muita seletividade.
Do final do ano passado para cá, a carteira passou de R$ 60 bilhões para R$ 56,5 bilhões. Para o final do ano, a meta é diminuir o total dos empréstimos para a compra de carros em mais R$ 5 bilhões, para R$ 50 bilhões, afirmou nesta terça-feira Rogerio Calderón, diretor corporativo de controladoria do banco, em teleconferência com jornalistas. “Agora temos algumas regras e restringimos a aprovação desse tipo de financiamento”, disse.
Enquanto a carteira de veículos é comprimida, as demais continuam crescendo. Quando excluídos os empréstimos para a compra de veículos, o total de dinheiro concedido pelo banco cresceu 2,6% no semestre. Para 2012, a meta para a carteira total do banco é de crescimento de 13% a 15%, enquanto a de veículos deve ser enxugada em mais 5,6%.
Ainda que o banco afirme que consegue recuperar cerca de 60% das perdas com inadimplência na carteira de veículos, em média, a redução deste segmento dentro do Itau Unibanco é irreversível. Segundo Calderón, o banco pretende, aos poucos, ir trocando suas carteiras de maior risco por outras de crédito mais seguro, como a imobiliária e a de consignado.
Inadimplentes
Se não fossem os clientes que tomam dinheiro emprestado para comprar o carro e não pagam, o índice de calotes de mais de 90 dias do Itau Unibanco estaria em 4,7%, estável em relação ao ano passado, segundo Calderón.
Mas, incluindo todas as carteiras, incluindo a de veículos, a inadimplência do banco ficou em 5,2% no final do segundo trimestre deste ano, contra 5,1% no final de março. Quando consideradas apenas as pessoas físicas, a inadimplência cresceu 0,6 ponto percentual em apenas três meses, a 7,3%, e 1,5 ponto percentual em um ano.
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