"Apostar na China é uma boa estratégia, mas não é tudo", diz economista
Para economista José Antonio Ocampo, economia chinesa não deve se manter nos níveis atuais no médio prazo; BNDES aposta em crescimento mínimo de 7,5% em 2012 para China
“Apostar na China é uma boa estratégia, mas não é tudo”. A afirmação, do economista colombiano e professor da Columbia University, José Antonio Ocampo, deu o tom da preocupação demonstrada com a manutenção do atual ritmo de crescimento da economia chinesa durante as comemorações dos 60 anos de criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.
Ocampo acredita que o ciclo de boom de mercadorias e de commodities deve acabar em menos de dez anos. “Os mercados internos se tornaram um ativo cada vez mais importante. No entanto, o comércio não vai crescer tanto no futuro. Em algum momento, nos próximos anos, vai ocorrer uma desaceleração e uma reversão dos preços das commodities”, afirmou.
Para o economista, a redução do crescimento econômico da China vai afetar um pouco a expansão da América Latina. “Mas não será um impacto tão dramático como muitos analistas acreditam”, disse Ocampo durante o seminário “O Brasil e o Mundo em 2022”, patrocinado pelo BNDES como parte das comemorações dos 60 anos da instituição
Já o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que espera um crescimento mínimo de Ásia e China entre 7,5% e 8% em 2012. “Isso permitiria manter os termos de comércio favoráveis”, disse. “No entanto, precisamos estar preparados, pois esse cenário de crescimento [da Ásia e China] não vai durar para sempre”, ressaltou.
Coutinho defendeu ainda mais investimentos em infraestrutura e energia. “Temos muitos gargalos que representam oportunidades. Tenho confiança que podemos melhorar a relação investimentos e PIB”, disse.
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