S&P eleva rating do Brasil e elogia atuação do BC
O aumento do uso das políticas monetárias elevou a armadura do país contra choques externos, diz a agência
A presidente Dilma demonstrou comprometimento com as metas fiscais, diz a S&P
São Paulo – A agência de classificação de risco Standard and Poor’s elevou nesta quinta-feira a nota de crédito do Brasil em moeda estrangeira de BBB- para BBB e local de BBB+ para A-. A perspectiva é estável. A S&P avalia que a administração da presidente Dilma Rousseff demonstrou um comprometimento com as metas fiscais e aumentou o uso das ferramentas monetárias para influenciar a economia doméstica.
“Esperamos que o governo persiga cautelosas políticas fiscais e monetárias que, combinadas com a crescente resiliência econômica do país, devem moderar o potencial impacto de choques externos e a sustentar as projeções para crescimento de longo prazo”, mostra a nota assinada pelos analistas Sebastián Briozzo e Joydeep Mukherji.
Para a S&P, a resposta do governo para as pressões inflacionárias em 2011 enviaram um importante sinal sobre a sua flexibilidade política e o comprometimento com a estabilidade econômica. “O governo apertou a política fiscal por meio de cortes no orçamento e com a contenção de aumentos nos gastos com previdência”, destacam.
A agência também parabenizou o Banco Central pelo controle da inflação. “O BC elevou a taxa de juro em 375 pontos-base entre abril de 2010 e julho de 2011. Como resultado, as projeções de crescimento do PIB para 2011 começaram a cair bem antes dos sinais da desaceleração global afetarem as expectativas econômicas no Brasil”, explica a agência.
A partir do final de agosto, o BC começou a reduzir o juro e a reverter parte das medidas macroprudenciais anticíclicas que tinha criado anteriormente. “Ele (BC) fez isso para manter a demanda doméstica enquanto as incertezas sobre o crescimento econômico global cresciam. A política fiscal, contudo, não foi relaxada”, lembram os analistas.
A agência espera que o PIB do Brasil cresça 2,1% em 2011 e 2,4% em 2012, a não ser por uma inesperada deterioração severa das condições externas. Sob o cenário atual, o endividamento líquido do governo deve apenas começar a reduzir gradualmente dos 41% do PIB estimados em 2011 durante os próximos três anos.
Entraves
A S&P ressalta que o baixo nível de investimento em relação ao PIB, projetado em 19,4% para 2011, e a rigidez microeconômica em muitos setores dificultem o crescimento econômico para taxas muito acima de 3% sem criar um risco de desequilíbrios. A falta de liberdade fiscal do setor público torna o esforço de aumentar os investimentos privados um grande desafio para o Brasil, afirma a agência.
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