Em sua última eucaristia, Bento XVI denuncia "hipocrisia religiosa"
Ao abrir o período da Quaresma, Bento XVI afirmou que "o rosto da Igreja aparece desfigurado por pecados" contra sua unidade e por divisões no clero
Bento XVI celebra última eucaristia na Basílica de São Pedro Foto: Gabriel Bouys / AFP
O papa Bento XVI, que surpreendeu o mundo ao anunciar o fim do seu pontificado no próximo dia 28, celebrou nesta quarta-feira o que pode ser sua última eucaristia pública, na Basílica de São Pedro. Será efetivamente a última caso não haja modificações na sua agenda.
O Pontífice denunciou o que definiu como "hipocrisia religiosa" e a busca por "aplausos e aprovação". Vestindo uma túnica roxa e lendo o texto escrito em laudas que ele próprio segurava, o Papa celebrava o ato religioso sentado. Com a ajuda de auxiliares, levantou-se e passou, de pé, a ler trechos da Bíblia, que era segurada por um auxiliar.
Durante a missa da quarta-feira de cinzas, Bento XVI afirmou que "o rosto da Igreja aparece por vezes desfigurado pelos pecados" contra sua unidade e pelas divisões no clero. O papa aproveitou a homilia sobre a quaresma para chamar a atenção da igreja e denunciar "golpes" contra a mesma. Também pediu aos fieis a superar "individualismos e rivalidades".
Mais cedo, em sua primeira aparição após anunciar a renúncia, Bento XVI ressaltou a importância do período da Quaresma e saudou nominalmente Porto Alegre e Curitiba em seu discurso. O Papa falou para cerca de 3,5 mil fiéis que acompanharam a audiência semanal na sala Paulo VI do Vaticano.
— Amados peregrinos lusófonos, uma cordial saudação para todos, nomeadamente para os grupos portugueses de Lamego e Lisboa, e os brasileiros de Curitiba e Porto Alegre. Possa cada um de vós viver estes 40 dias como um generoso caminho de conversão à santidade que o Deus Santo vos pede e quer dar — disse o Pontífice.
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