Ação contra piso dos professores causa
mal-estar entre MEC e Piratini
Ministro Mercadante não teria gostado de estratégia
judicial adotada por seie governadores
A ação de inconstitucionalidade que procura substituir o índice de reajuste
do piso nacional do magistério por outro de menor impacto nas finanças públicas
gerou atrito entre o Ministério da Educação (MEC) e o governo gaúcho. A
divulgação de notas oficiais antagônicas do MEC e do Piratini tornou público
esse mal-estar e ilustrou uma disputa política travada nos últimos meses entre
governadores e o ministério sobre a fórmula de cálculo do salário dos
professores.
Pessoas próximas ao ministro Aloizio Mercadante informam que ele não gostou
de ter sido surpreendido pela estratégia judicial adotada por seis governadores
apenas uma semana após ter se encontrado com Tarso, que pertence ao mesmo
partido que ele (PT) e é um dos signatários da ação no Supremo Tribunal Federal
(STF). O assunto não foi discutido quando os dois se encontraram para participar
do Painel RBS sobre educação, ocorrido dia 28 de agosto.
— Não houve comunicação porque não havia qualquer sinalização de que essa
situação seria negociada. Há entidades de professores que estão negociando com o
ministério, mas os Estados, que são os maiores prejudicados, não participam
dessa mesa — afirmou um assessor do Piratini.
Exatamente uma semana depois, Tarso e os governadores de Goiás, Mato Grosso
do Sul, Piauí, Roraima e Santa Catarina apresentaram a petição pedindo que a
fórmula de reajuste do piso — baseada na variação anual do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb) — passe a considerar a inflação medida pelo INPC. Os
governadores sustentam que o índice atual, que levou a um reajuste de 22% este
ano, é excessivo e impede os Estados de terem controle sobre seus orçamentos.
Mercadante reagiu com desagrado.
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