Inflação em alta pode levar BC a reajustar os juros
No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,86%, a maior variação mensal desde abril de 2005, quando a alta tinha somado 0,87%
REUTERS/Ueslei Marcelino
O presidente do BC, Alexandre Tombini
Brasília – A alta da inflação, que em janeiro atingiu o maior nível em quase oito anos, pode mudar os rumos da política econômica no governo da presidenta Dilma Rousseff, marcada até agora pela queda dos juros. Segundo especialistas, caso os preços continuem aumentando acima do esperado, o Banco Central (BC) voltará a reajustar os juros básicos, atualmente no menor nível da história.
No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,86%, a maior variação mensal desde abril de 2005, quando a alta tinha somado 0,87%. Dezembro, no entanto, também tinha registrado inflação expressiva, de 0,79%. Com o resultado de janeiro, o IPCA acumulado em 12 meses passou para 6,15%, contra inflação de 5,84% registrada em todo o ano passado.
Desde outubro do ano passado, a taxa Selic (que determina os juros básicos da economia) está em 7,25% ao ano. Até agora, as instituições financeiras acreditavam que a taxa Selic chegaria ao fim do ano no nível atual, segundo o Boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado divulgada pelo Banco Central. Para os especialistas, o comportamento da inflação nos próximos meses determinará a necessidade de o BC aumentar os juros antes do esperado.
O que diverge os economistas é o risco de a inflação fugir do controle. Para Newton Rosa, economista-chefe do Banco Sulamérica Investimentos, o IPCA de janeiro foi bastante influenciado por reajustes típicos de início de ano. “Sem dúvida, o resultado do mês passado aumentou o risco de o Banco Central ser obrigado a rever a política monetária, mas acredito que a pressão sobre os preços deve arrefecer a partir do segundo trimestre, e a inflação oficial deve fechar o ano entre 5,5% e 6%, na faixa prevista pelo governo”, diz.
O professor de economia Fábio Gallo, da Fundação Getulio Vargas (FGV), no entanto, acredita que a inflação já está fora de controle. “O próprio IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] mostra que, em janeiro, houve aumento em 75% dos itens pesquisados. Isso mostra que a inflação está bastante disseminada na economia”, critica.
Para Gallo, a interrupção da trajetória de queda da taxa Selic é inevitável. “Os juros são o remédio mais rápido para conter a inflação, e o governo não terá como escapar”, avalia. Segundo ele, a inflação atual reflete erros da política econômica “Em vez de conter os gastos públicos, o governo concedeu reduções paliativas de impostos para estimular a economia. Isso impulsionou o consumo, e a população hoje está disposta a pagar mais porque tem mais dinheiro”, explica.
Newton Rosa não descarta a possibilidade de aumento de juros, mas acredita que o governo antes tentará outros instrumentos para conter a inflação. “A redução das tarifas de energia e a possível isenção de impostos da cesta básica ajudarão a inflação a cair nos próximos meses. O governo tem usado outras medidas para conter a inflação, como permitir a queda do dólar para menos de R$ 2”, ressalta.
No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,86%, a maior variação mensal desde abril de 2005, quando a alta tinha somado 0,87%. Dezembro, no entanto, também tinha registrado inflação expressiva, de 0,79%. Com o resultado de janeiro, o IPCA acumulado em 12 meses passou para 6,15%, contra inflação de 5,84% registrada em todo o ano passado.
Desde outubro do ano passado, a taxa Selic (que determina os juros básicos da economia) está em 7,25% ao ano. Até agora, as instituições financeiras acreditavam que a taxa Selic chegaria ao fim do ano no nível atual, segundo o Boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado divulgada pelo Banco Central. Para os especialistas, o comportamento da inflação nos próximos meses determinará a necessidade de o BC aumentar os juros antes do esperado.
O que diverge os economistas é o risco de a inflação fugir do controle. Para Newton Rosa, economista-chefe do Banco Sulamérica Investimentos, o IPCA de janeiro foi bastante influenciado por reajustes típicos de início de ano. “Sem dúvida, o resultado do mês passado aumentou o risco de o Banco Central ser obrigado a rever a política monetária, mas acredito que a pressão sobre os preços deve arrefecer a partir do segundo trimestre, e a inflação oficial deve fechar o ano entre 5,5% e 6%, na faixa prevista pelo governo”, diz.
O professor de economia Fábio Gallo, da Fundação Getulio Vargas (FGV), no entanto, acredita que a inflação já está fora de controle. “O próprio IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] mostra que, em janeiro, houve aumento em 75% dos itens pesquisados. Isso mostra que a inflação está bastante disseminada na economia”, critica.
Para Gallo, a interrupção da trajetória de queda da taxa Selic é inevitável. “Os juros são o remédio mais rápido para conter a inflação, e o governo não terá como escapar”, avalia. Segundo ele, a inflação atual reflete erros da política econômica “Em vez de conter os gastos públicos, o governo concedeu reduções paliativas de impostos para estimular a economia. Isso impulsionou o consumo, e a população hoje está disposta a pagar mais porque tem mais dinheiro”, explica.
Newton Rosa não descarta a possibilidade de aumento de juros, mas acredita que o governo antes tentará outros instrumentos para conter a inflação. “A redução das tarifas de energia e a possível isenção de impostos da cesta básica ajudarão a inflação a cair nos próximos meses. O governo tem usado outras medidas para conter a inflação, como permitir a queda do dólar para menos de R$ 2”, ressalta.
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