Impacto do dólar na economia brasileira ganha força
O avanço da moeda americana começou tímido no fim de abril, mas ganhou força em maio após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, minimizar a importância do câmbio no combate à inflação
Os efeitos do preço mais caro da moeda — antes sentidos apenas pela indústria — já chegaram ao bolso do consumidor brasileiro, e o impacto não é pequeno.
O avanço da moeda americana começou tímido no fim de abril, mas ganhou força em maio após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, minimizar a importância do câmbio no combate à inflação. A variação, que já chega a 12,69% no período, obrigou o Banco Central (BC) a rever a sua posição sobre a influência do câmbio nos preços.
Os alimentos derivados do trigo são os mais afetados até o momento. O pãozinho subiu quase 4% entre maio e junho e a variação pode chegar a 20% em julho.
Impactados pela decisão do governo argentino de suspender a exportação do cereal —para atender o mercado interno e evitar ainda mais a inflação —, os panificadores gaúchos se viram obrigados a importar de países mais distantes, como Estados Unidos e Canadá. O frete e o dólar mais caro impulsionaram o preço da tonelada: era R$ 450 um ano atrás e saltou para R$ 1 mil.
— A expectativa é de que só voltemos a comprar da Argentina em janeiro de 2014. Enquanto isso, o preço vai continuar nas alturas. Vários moinhos no interior do Estado estão parados devido ao custo alto de produção. Se o dólar valorizar mais, a situação pode ficar ainda mais complicada — alerta Arildo Bennech Oliveira, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos do Rio Grande do Sul (Sindipan/RS).
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