segunda-feira, 3 de junho de 2013

Qual será a cara da oposição nas eleições de 2014?

Qual será a cara da oposição nas eleições de 2014?

As eleições são no final de 2014, mas a campanha já começou. O governador Eduardo Campos tem aparecido mais que o senador Aécio Neves — mas ele quer mesmo ser o anti-Dilma?

 
Governador Eduardo Campos
 
São Paulo - O calendário eleitoral brasileiro é inclemente. É uma eleição atrás da outra, sem descanso. Mal os vitoriosos são conhecidos e uma nova campanha tem início. É dentro dessa lógica que as peças começam a ser dispostas no tabuleiro para 2014. Estamos vivendo um momento decisivo: é a hora do flerte, mas também do blefe. O jogo se desenrola em dois níveis, envolvendo não apenas as candidaturas e as coligações para as eleições presidenciais do ano que vem.
 
Todas as 27 disputas para governador também são definidas neste momento-chave. Progressivamente, de 1994 para 2010, as eleições aconteceram a partir de duas grandes alianças: a do PT e a do PSDB. Mais do que isso: esses dois campos foram reproduzidos no nível estadual. A disputa pela Presidência e pelos governos estaduais se entrelaçam.
 
Em nenhuma das últimas cinco eleições presidenciais, o terceiro colocado se aproximou dos dois primeiros ou os ameaçou seriamente. A candidatura de Anthony Garotinho em 2002, então no PSB, pode ser vista como a exceção que confirma essa regra. Naquela ocasião, houve alguma incerteza se o candidato socialista ou José Serra, do PSDB, passaria para o segundo turno. Mas vale lembrar que naquela eleição o presidente Fernando Henrique Cardoso não era candidato. A disputa foi, portanto, mais aberta do que será a de 2014. Desde 1994, o candidato e o partido do terceiro colocado perdem estatura na disputa presidencial seguinte.

Enéas Carneiro, Ciro Gomes, Garotinho, Heloísa Helena e Marina Silva compõem esse quinteto. O roteiro é semelhante: eles despontaram, foram vistos como promessas e possibilidades, mas amargaram um desconfortável esquecimento na eleição posterior. Ciro foi o único a alcançar visibilidade em duas oportunidades e, assim, conseguiu alguma sobrevida política. Marina é a dúvida desta vez. Será que ela conseguirá ter um papel importante na eleição para o Planalto do ano que vem?

PT e PSDB, nessa ordem, têm as candidaturas mais fortes e viáveis. Há alguma razão para supor que, em 2014, esses partidos perderão sua hegemonia sobre a disputa presidencial? Não creio, sobretudo quando se leva em conta que presidentes, independentemente do país de origem, raramente perdem uma reeleição. Somente sob condições econômicas muito adversas eles não são reeleitos. A presidente Dilma Rousseff é a candidata natural do PT. Resta saber quem será a cara da oposição.

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