Nova semente de soja transgênica ocupará 10% da área plantada na próxima safra
Aprovação da China deu sinal verde para Monsanto lançar tecnologia no mercado brasileiro
A estimativa do percentual a ser semeado no ciclo 2013/2014, em torno de 2,5 milhões de hectares, é calculada a partir da quantidade de sementes RR2 que a empresa e seus parceiros já produziram – cerca de 3 milhões de sacas. Aprovada por 40 países, a tecnologia já estava pronta para ser lançada comercialmente em 2012. Porém, a aprovação da China não veio a tempo do cultivo. Responsável por compras de US$ 11,8 bilhões da soja em grão em 2012, o país asiático era fundamental para dar sinal verde à novidade.
Com a aprovação chinesa em mãos desde o início da semana, a Monsanto começa a distribuir a semente ao mercado. Vencida a barreira diplomática, a tecnologia terá de transpor mais dois obstáculos: preço e comprovação de rentabilidade.
– É uma nova geração biotecnológica, a primeira soja com inseticida natural. Mas o espaço que terá nas lavouras será definido pelos resultados práticos – diz Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja).
Embora a Monsanto ainda não tenha definido o valor a ser cobrado pela RR2, o preço inicial estimado em R$ 115 por hectare – quase seis vezes superior ao dos royalties da semente atual (R$ 22 por hectare) – deixa produtores receosos. A empresa justifica o valor a partir de três vantagens: aumento de produtividade, tolerância ao herbicida glifosato e controle das principais lagartas que atacam a cultura.
– Se o aumento do custo for menor do que o ganho de resultados, o produtor irá aderir. Se tiver eficiência, terá mercado – aponta Jorge Rodrigues, coordenador da comissão de grãos da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
A aprovação da China veio em momento oportuno. Com plantio previsto para outubro, os gaúchos normalmente começam a planejar as estratégias da próxima safra em junho.
– A partir deste mês, o agricultor começa a escolher e encomendar a semente que irá plantar. A aprovação da China dá tranquilidade ao produtor– enfatiza Rodrigues.
Procurada, a Monsanto se pronunciou por nota, afirmando que os detalhes da cobrança de royalties serão definidos nas próximas semanas.
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