quinta-feira, 25 de abril de 2013

Kroton e Anhanguera se unem e criam gigante de R$ 13 bilhões em educação

Kroton e Anhanguera se unem e criam gigante de R$ 13 bilhões em educação   


As duas maiores companhias de ensino privado do país, Kroton e Anhanguera Educacional, anunciaram nesta segunda-feira uma fusão que criará um grupo avaliado em cerca de 13 bilhões de reais, incluindo dívidas, e geração de caixa próxima de 1 bilhão de reais este ano.

Pelo acordo aprovado pela diretoria de ambas as companhias, a Kroton vai incorporar a Anhanguera em uma troca de ações estimada em 5 bilhões de reais.

O negócio ocorre num momento aquecido para fusões e aquisições no setor de educação no país, diante da ascensão social de milhões de brasileiros e aumento da renda.

Kroton e Anhanguera, que cresceram rapidamente nos últimos anos em meio a incentivos governamentais para o ensino privado e aquisições de companhias menores, evitaram comentar potencial de sinergias com a fusão, mas afirmaram que elas serão "bastante relevantes" em termos de receitas, operações comerciais e em custos e despesas gerais e administrativas.

O anúncio fazia as ações de ambas dispararem na bolsa paulista. Às 12h45, Kroton exibia valorização de 7,40 por cento enquanto Anhanguera tinha ganho de 6,82 por cento. Os papéis não integram a carteira teórica do Ibovespa, que caía 0,41 por cento.

"Considerando as estimativas divulgadas pelas companhias anteriormente, o Ebitda da companhia chegará próximo a 1 bilhão de reais em 2013", afirmou o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, que será o futuro presidente-executivo da empresa combinada após a aprovação do negócio por autoridades de defesa da concorrência.

No ano passado, o Ebitda -- sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação -- das duas empresas juntas ficou em pouco mais de 700 milhões de reais.

"Nós já éramos a primeira e a terceira maiores companhias do mundo em valor de mercado e juntas somos mais que o dobro que a segunda maior companhia de educação do mundo, a New Oriental", disse Galindo em teleconferência com analistas.

Segundo ele, o valor de mercado de Kroton e Anhanguera juntas chega a 5,9 bilhões de dólares. A chinesa New Oriental tem valor de 2,9 bilhões de dólares.

A transação confirma a estratégia da Kroton de mirar aquisições de grande porte. No início de abril, Galindo havia afirmado em entrevista à Reuters que daria prioridade a aquisições de instituições de grande porte voltadas ao ensino presencial.

Enquanto a Kroton está mais concentrada em ensino superior no Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Paraná, a Anhanguera está presente em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A nova empresa terá cerca de 1 milhão de alunos entre ensino superior presencial e a distância e educação básica, que continuará nos planos dos grupos, disse Galindo.

As empresas evitaram fazer comentários sobre quando o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) poderá julgar o acordo, mas afirmaram que velem sobreposição de apenas quatro cidades com operações de ensino superior presencial em um total de 80 municípios em que estão presentes.

"Nossa participação de mercado no Brasil como um todo é baixa e existem poucos municípios tanto em ensino a distância, quanto no presencial que tem sobreposição", disse Galindo, sem dar mais detalhes.

   

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