quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Brasil lidera ranking mundial de contribuições sobre salários

Brasil lidera ranking mundial de contribuições sobre salários

Pesquisa internacional coloca o País no topo dos custos para empregadores

 
O Brasil lidera um novo ranking apontado pela mais recente pesquisa internacional da UHY, rede mundial de auditorias e contabilidade representada no Brasil pela UHY Moreira-Auditores. Desta vez, o estudo avalia a carga imposta aos empregadores sobre cada funcionário e concluiu que as empresas que atuam no País têm os maiores custos de seguro social e demais impostos sobre os seus empregados.
Profissionais da área tributária da UHY levantaram os dados de 25 países, incluindo todos os membros do G7 e as economias emergentes BRIC. Foi calculado o valor dos pagamentos, além dos salários, que uma empresa tem que realizar tais como contribuições sociais (vide tabela abaixo).

A pesquisa mostra que o empregador médio no Brasil paga, por exemplo, US$ 17,267 adicionais sobre salários de US$ 30,000 (57,6% do valor bruto), incluindo todos os custos empregatícios mandatórios como coberturas de saúde e provisões de pensões. Esta é a maior carga tributária trabalhista em comparação com a média global: US$ 6,757 sobre US$ 30,000, o que corresponde a 22,5% dos salários brutos.

“Os governos de muitos países têm estabelecido custos trabalhistas elevados sobre os empregadores durante a última década. Em países com posições financeiras precárias e problemas de desemprego, estes custos desestimulam a geração de empregos”, afirma Diego Moreira, diretor técnico da UHY Moreira-Auditores e membro do board da rede.

“A redução de custos extras sobre os salários estimularia a criação de novas empresas e, consequentemente, de novas vagas. Um fator positivo nesse sentido seria o Brasil manter um teto para os custos do seguro social. É preciso rever com urgência a estruturação da seguridade social, colocada em prática décadas atrás. Alguns especialistas argumentam que o aumento dos custos para os empregadores ocorreu em função disso”, acrescenta Moreira.

Em contrapartida, os países com os custos trabalhistas mais baixos são os EUA, Dinamarca, Índia e Canadá. Os empregadores médios do G7 têm que pagar US$ 7,263 (24,2%) adicionais sobre um salário bruto de US$ 30,000; e de US$ 61,063 (20,4%) adicionais sobre salários de US$ 300,000. Para os empregadores médios nos países BRIC os custos respectivos de emprego são US$ 8,488 (28,3%) e US$ 56,565 (18,9%).

A UHY salienta que há uma enorme disparidade entre os países com os maiores custos trabalhistas extras e aqueles com os menores. Os custos adicionais com salários brutos de US$ 30,000 são 16 vezes maiores nos países com a maior carga do que em países com os custos trabalhistas mais baixos.
Para salários de US$ 300,000, a diferença entre o Brasil (o mais caro) e a Dinamarca chega a ser 40 vezes maior. Os empregadores brasileiros devem pagar US$ 172, 667 adicionais sobre um salário bruto de US$ 300,000 (57,6% do salário bruto), enquanto os empregadores dinamarqueses devem pagar US$ 4,332 (1,4%) adicionais.

Martin Cairns da McGovern, Hurley, Cunningham, membro da UHY no Canadá, comenta: “Ao contrário de outros países, o Canadá tem conseguido manter os seus custos empregatícios obrigatórios relativamente baixos em termos percentuais nos últimos anos, reduzindo a carga sobre as empresas canadenses. Isto tem ajudado as empresas do nosso país a lidar com a queda no comércio internacional que se seguiu à crise financeira.”

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