Os desafios do administrador Papa Francisco
O argentino assumiu o trono em um momento difícil e tem a difícil tarefa de renovar o modus operandi administrativo da maior organização do mundo; visita ao Brasil será termômetro de como a Igreja está sendo vista em um dos seus principais redutos, em termos de fiéis
Para o papa Francisco, que assumiu o trono em um momento conturbado para a Igreja, que vinha sofrendo uma crise de imagem devido a denúncias de corrupção e pedofilia, esse desafio acaba se tornando ainda maior. Além de ser um líder cuja origem não está nos círculos que tradicionalmente elegeram os mais altos cargos da instituição, precisa governar sob um regime atípico, dividindo – mesmo que apenas simbolicamente – seu posto com o antecessor, Bento XVI, que renunciou.
“O papado de Francisco teve início em um momento crucial na história da Igreja Católica Romana (ICAR) em suas relações com a sociedade que a cerca. São muitas as questões que demandam a atenção do novo papa. Um primeiro desafio diz respeito a como a igreja vai lidar com o mundo ao seu redor, a perda de fiéis e de credibilidade por causa de tantos escândalos recentes, e os caminhos para achar uma voz que comunique com o mundo”, afirma o professor Rodrigo Franklin de Sousa, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião.
O professor afirma ainda que, internamente, Francisco “precisará renovar a administração do Vaticano, buscando maior transparência, ética e um melhor funcionamento de sua máquina burocrática. As recentes reformulações no Código Penal do Vaticano podem ser vistas como um passo concreto nessa direção. Mas ainda são muitas as questões a ser enfrentadas”.
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