EUA prometem responder questionamentos da América Latina sobre espionagem
'Vamos contatar os países da região para falar do tema e responder suas inquietações', afirmou hoje à Efe uma fonte do Departamento de Estado dos EUA que pediu anonimato.
A fonte evitou confirmar a afirmação deste sábado do presidente da Bolívia, Evo Morales, de que agentes de inteligência dos Estados Unidos acessam e-mails das 'principais autoridades' de seu país.
'Não vamos dar detalhes' sobre os programas, ressaltou a fonte.
O Departamento de Estado, assegurou, está disposto a intensificar o contato com o Brasil, cujo chanceler, Antonio Patriota, considerou hoje que as explicações que obteve até o momento por parte dos Estados Unidos são 'insuficientes'.
Vamos levá-lo em consideração, e nosso embaixador (em Brasília, Thomas Shannon) está em contato direto com o governo brasileiro', disse a fonte diplomática norte-americana.
Em reunião no começo deste mês, Shannon reconheceu a Patriota que Washington captou dados telefônicos e de e-mails de brasileiros, como origem e destino e a duração das comunicações, mas não seu conteúdo.
A revelação levou o Brasil a anunciar que vai propor à ONU um debate para criar leis internacionais que protejam a privacidade das comunicações.
A indignação se estendeu a toda a América Latina na semana passada, quando o jornal 'O Globo' informou que a rede de espionagem denunciada em junho pelo ex-analista da CIA Edward Snowden havia se expandido por toda a região, com foco especial no Brasil, México e Colômbia.
Os Estados Unidos continuam também 'em contato' com esses dois últimos governos, afirmou a fonte.
Na cúpula do Mercosul em Montevidéu (Uruguai) na última sexta-feira, os presidentes de Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela 'condenaram' em uma declaração as 'ações de espionagem' por parte de 'agências de inteligência' dos EUA, e afirmaram que elas 'afetam todos os países da região'.
Segundo as revelações sobre espionagem de Snowden, procurado pela justiça norte-americana, a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA coletou diversas informações, especialmente relacionadas a energia e narcotráfico, em praticamente todos os países da América Latina.
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