Japão proíbe importação de carne bovina
do Brasil
Doença da vaca louca foi identificada no Paraná em
2010
O Japão proibiu neste sábado a importação de produtos de carne bovina vindos
do Brasil após à confirmação da presença da proteína do agente causador da
doença da vaca louca (EEB) em uma fêmea que morreu em dezembro de 2010 numa
fazenda de Sertanópolis, no Paraná, segundo autoridades do governo japonês.
De acordo com o Ministério da Saúde do Japão, é a primeira proibição de
importações de carne bovina devido à doença, oficialmente conhecida como
encefalopatia espongiforme bovina, desde dezembro de 2003, quando as importações
de carne bovina dos Estados Unidos foram restringidas.
Para o Japão, o impacto da proibição deve ser limitado. Em 2011, o país
importou do Brasil apenas 1,4 mil toneladas de produtos de carne bovina, o que
representa 0,3% do total adquirido pelo Japão do exterior, segundo as
autoridades japonesas. O governo do Japão foi notificado da confirmação no
sábado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
A vaca onde foi encontrada a proteína, de 13 anos, teve morte súbita e não
apresentou os sintomas da doença, como perda gradativa do controle motor. As
autoridades japonesas disseram ter solicitado ao Brasil detalhes sobre o caso.
As informações são da Dow Jones. Risco insignificante O governo brasileiro
afirmou na última sexta-feira que estava preparado para contestar as possíveis
restrições às exportações de carne relacionadas à confirmação da presença da
proteína do agente causador da doença da vaca louca.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Enio
Marques Pereira, destacou que, caso houvesse "decisão precipitada de algum
país", o Brasil primeiro iria dar as explicações bilaterais e, se as
argumentações não forem suficientes, pediria a aplicação do acordo sobre medidas
sanitárias da Organização Mundial de Comércio (OMC), podendo até recorrer a um
painel.
Pereira afirmou ainda que todo histórico da ocorrência foi repassado à OIE,
que enviou ofício ao governo brasileiro mantendo o status de risco
insignificante para EEB, a melhor classificação existente.
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