Ciclo de corte de juros vai gerar economia de R$ 45 bilhões ao Governo Federal
Ganho fiscal é estimado em 1% do PIB em 12 meses com custo mais baixo para administrar a dívida pública federal e as reservas internacionais
A redução da taxa de juros Selic promovida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nesta quarta-feira vai gerar um economia aos cofres públicos que pode chegar a R$ 45 bilhões em um período de até 12 meses, segundo cálculos efetuados pelo economista Felipe Salto da Tendências Consultoria.
Segundo o economista especializado em finanças públicas e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), a redução dos juros deve gerar um ganho do ponto de vista fiscal de até 1% do Produto Interno Bruto (PIB) com a redução do custo de rolagem da dívida pública federal e a gestão das reservas internacionais.
Tanto a dívida federal como a captação de recursos em moeda estrangeira estão atrelados a títulos emitidos pelo Governo Federal e tem como base de remuneração a taxa de juros Selic. Segundo dados do BC, até o dia 28 de agosto o País tinha reservas de US$ 376,7 bilhões.
Na avaliação de Salto, da Tendências, esse quadro de economia tem sido possível porque além da redução dos juros, o governo federal tem conseguido melhorar o perfil da dídida pública com a emissão de títulos de mais longo prazo e com menos papéis do Tesouro com remuneração atrelada a taxa Selic.
“O perfil da dívida ainda é de qualidade ruim, mas tem melhorado", diz. "A parcela atrelada à taxa Selic agora está abaixo de 30%. No passado, já tivemos até 70% da dívida atrelada a esse tipo de remuneração”, acrescenta o economista.
O Banco Central promoveu ontem o nono corte consecutivo na taxa básica de juros da economia. Com a redução em 0,5 ponto percentual a Selic está agora em 7,5% ao ano, a menor da história do País.
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