Milhares de peregrinos jogam pedras contra diabo em Meca
EFE
Milhares de peregrinos jogam pedras contra diabo em Meca
Riad, 6 nov (EFE).- Aproximadamente três milhões de peregrinos muçulmanos participaram neste domingo em Meca do ritual de jogar pedras contra três colunas que simbolizam as tentações do diabo, no terceiro dia da peregrinação ('hach) à cidade.
O coronel Nasser al-Nahari, um dos dirigentes da Defesa Civil, que participa da organização da celebração, afirmou que os espaços reservados para o lançamento de pedras receberam mais de 300 mil fiéis a cada hora.
Segundo declarações de Nahari divulgadas pela Agência oficial saudita 'SPA', a Defesa Civil 'disponibilizou 1.200 agentes equipados para que a operação deste domingo transcorra em boas condições'.
Para garantir a segurança da peregrinação, foi construído um quarto andar na chamada 'ponte de Yamarat', para evitar tumultos, como os que ocorreram em 2004 e 2006, quando centenas de pessoas morreram.
As autoridades sauditas informaram neste domingo que o número de peregrinos atingiu este ano um total de 2.921.717 fiéis e registrou uma alta de 5% em relação a 2010.
O governo saudita disse que dois terços deste número é composto por peregrinos estrangeiros, enquanto que os demais são, em sua maioria, imigrantes que moram na Arábia Saudita.
A etapa deste domingo coincidiu com a Festa do Sacrifício, uma das principais datas islâmicas. Os peregrinos sacrificaram um total de 749 mil cabeças de gados, conforme a tradição determina.
Os animais foram entregues ao Banco Islâmico de Desenvolvimento para serem distribuídos a associações de caridade que atuam em mais de 27 países, informou à 'SPA' o diretor dessa instituição financeira, Ahmed Mohammed Ali.
Após o lançamento de pedras ao diabo, que continuará na segunda-feira, os fiéis se dirigirão à Caaba para dar sete voltas a seu redor.
A Caaba, um edifício quadrado onde os muçulmanos situam o centro do mundo, é para o islã a primeira construção na Terra e guarda em seu interior a 'pedra negra', considerada pelos fiéis como um pedaço arrancado do paraíso.
Segundo a tradição islâmica, seus alicerces foram levantados por Adão e o prédio por Abraão, com a ajuda de Ismael, seu filho com a escrava Agar, de quem os muçulmanos se consideram descendentes.
Até o momento, o pedido de calma das autoridades sauditas parece ter sido escutado pelos peregrinos, que cumprem sem registros de violência o ritual, que deve ser feito pelo menos uma vez na vida por todo muçulmano.
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