Vinte lições de Abílio Diniz, o homem que construiu o maior império varejista do Brasil
Fundador do Grupo Pão de Açúcar, o empresário, hoje presidente do conselho de administração da BRF, abriu a série de palestras da edição deste ano
A grande estrela da Expogestão 2014 começou a sua palestra com uma hora e meia de atraso — a fala estava prevista para as 14 horas desta quarta-feira, mas teve início apenas por volta de 15h35. Ao final, o som dos aplausos que ecoou no salão principal da Expoville revelou que o público, que lotou o espaço, não se importou de esperar.
Fundador do Grupo Pão de Açúcar, o maior grupo varejista do País, com faturamento de R$ 57,7 bilhões, o empresário Abílio Diniz, hoje presidente do conselho de administração da BRF, falou sobre gestão, liderança e macroeconomia, disse o que fazem as empresas vencedoras e destacou valores que ele considera essenciais para se alcançar o sucesso - humildade, determinação, garra, disciplina e equilíbrio emocional.
Diniz também disse que os fundamentos da economia brasileira estão sólidos, que o País nunca precisou do exterior para resolver seus problemas internos e criticou os protestos contra a Copa do Mundo.
— Três bilhões de pessoas estão olhando para o Brasil. Não é a hora de mostrar os nossos problemas. Temos que mostrar nossa grandiosidade — sugeriu o empresário.
"AN" destacou algumas das frases do executivo durante a apresentação. Confira:
— Os fundamentos da economia (brasileira) estão sólidos. Já vivi momentos muito mais difíceis do que os de hoje.
— O ceticismo do empresário não se justifica. O estrangeiro quer investir aqui no Brasil.
— O Brasil não vai crescer se não aumentar a produtividade. Isso só se faz com investimentos, gestão e capacitação.
— As empresas vencedoras são aquelas que têm um propósito maior, que vai além do lucro. São aquelas que dão retorno à sociedade, ao País, ao meio ambiente.
— No fundo, toda empresa é igual, formada por pessoas e processos. É preciso ter gente certa no lugar certo.
— Empresa que faz muita reunião é lenta, devagar. Fazem reunião porque não sabem o que fazer, porque não existe processo definido.
— O bom líder é aquele que tira o que cada um pode dar de melhor. É humilde, companheiro, tem que saber ouvir e servir de exemplo.
— As pessoas me perguntam por que eu me dei bem na vida. O que me ajudou foi ter valores claros: humildade, determinação, garra, disciplina e equilíbrio emocional.
— Humildade não é fazer voto de pobreza. É saber que você não sabe tudo, que sempre pode aprender e considerar o que os outros têm a dizer.
— Não faria um terço do que eu faço se não tivesse disciplina.
— Não adianta estar feliz no trabalho e ter a família em casa brigando. É preciso saber equilibrar papeis e atividades.
— Não existe vide sem estresse. Seria muito chato se existisse. Precisamos aprender a lidar com ele, a se importar só com o que realmente é importante.
— Sempre procuro aprender. Quero ser sempre melhor amanhã do que fui hoje.
— A minha vida tem sido de muita inspiração, mas também de muita transpiração.
— Muita gente não entende porque eu deixei o Pão de Açúcar. Não foi fácil. Mas percebi que era apenas uma empresa. O que importa é a cultura e os valores que estão lá. E isso eu levo comigo.
— O mundo caminha para depender cada vez menos de mão de obra.
— O mundo hoje é carente de lideranças e referências.
— A gente tem que sonhar grande. Eu não sonho pequeno. Nunca sonhei.
— Dediquei dez anos da minha vida ao governo negociando dívidas (Diniz foi membro do Conselho Monetário Nacional entre 1979 e 1989). Considero que foi uma década perdida.
— O Brasil nunca precisou do exterior para resolver seus problemas internos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário