terça-feira, 19 de novembro de 2013

Brian Epstein: o verdadeiro líder dos Beatles

Brian Epstein: o verdadeiro líder dos Beatles

Responsável pela profissionalização dos Beatles, Brian Epstein foi o grande mediador de conflitos na banda, o que garantiu a unidade do grupo

 
 
 
Ele nunca apareceu em capas de discos, não compôs refrões famosos nem arrancou gritos e suspiros de fãs ensandecidas. Sem Brian Epstein, entretanto, talvez você jamais tivesse ouvido falar em John Lennon e “iê, iê, iê” continuaria sendo uma simples expressão sem sentido. Empresário que internacionalizou a marca Beatles, o britânico profissionalizou e construiu a imagem engomadinha dos quatro garotos de Liverpool.

Epstein nasceu em 19 de setembro de 1934, lá mesmo em Liverpool, e começou a ganhar a vida trabalhando em uma loja de discos. Foi em um dia de trabalho nesse primeiro emprego, inclusive, que ele se interessou pelos Beatles. Certo dia, um jovem chegou perguntando se havia algum disco da banda para vender, mas ninguém lá sequer havia ouvido falar no grupo. Curioso, Epstein anotou o nome e foi procurar informações. Logo descobriu que se tratava de um conjunto que estava fazendo um razoável sucesso tocando em bailes na região.

Já atuando como empresário, Epstein procurou e se uniu aos Beatles em 1961, quando conseguiu para a banda um teste em Londres, na gravadora Decca, selo de alguns dos artistas mais famosos da época. Os garotos foram recusados (feito do qual a gravadora se arrependeu amargamente um pouco mais tarde). Mesmo assim, assinaram com o ex-vendedor de discos, que se tornou o administrador oficial da banda em 1962.

Estratégico, Brian Epstein conseguiu que John, Paul, George e Ringo deixassem de lado as jaquetas de couro, proibiu o jeans e convenceu os garotos a usar suéteres nos shows (que, posteriormente, deram lugar aos ternos). Epstein vetou também o uso de drogas durante e antes das apresentações. “Acho que os tornei mais profissionais. Os Beatles são muito inteligentes, sagazes, mas não eram requintados. Trouxe isso para eles: elegância, habilidade organizacional e dinheiro”, disse o empresário em uma entrevista à revista Veja, em fevereiro de 1964.

Com a imagem de bons moços feita, veio o passo mais largo: ganhar a América. Epstein investiu pesado na divulgação dos garotos nos EUA, fazendo propaganda em cidades estratégicas. As canções logo caíram no gosto do público no lado de cá do Atlântico e meteoricamente os Beatles se tornaram um fenômeno mundial.

Com o sucesso, surgiram também as desavenças e as disputas de egos entre os músicos. Mas com uma capacidade de liderança indiscutível, Epstein sempre mediou os conflitos e conseguiu manter a estabilidade da banda durante anos. O empresário, no entanto, embarcou de forma tão intensa na pandemia beatlemaníaca que acabou sendo vítima dela. Para conseguir encarar a maratona de shows e se manter acordado, começou a usar anfetaminas. Com o tempo, tornou-se dependente e passou a sofrer cada vez mais com a falta de sono. Em 1967, aos 32 anos, foi encontrado morto. O laudo apontou overdose de carbitol, medicamento utilizado justamente para combater a insônia.

Sua partida prematura é apontada como um dos principais motivos para o fim da banda. Sem ele, as brigas internas ficaram mais intensas e as relações com os empresários seguintes não foram nada saudáveis. Em 1970, finalmente, os já não mais tão garotos de Liverpool anunciaram o fim da banda.

Linha do tempo

1934 – Nasce Brian Epstein
1961 – Epstein conhece os Beatles
1962 – Os Beatles aparecem na TV pela primeira vez
1963 – Os artistas geridos por Epstein ocupam 85 posições no TOP 100 britânico
1964 – Os Beatles conquistam os EUA
1967 – Morre Brian Epstein

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